De: ricardoorlandini.net
Teve gente que achou exagerada a ação do Procon de Porto Alegre que proibiu a venda de novas linhas de telefones celulares e internet 3G pelas operadoras de telefonia desde segunda-feira passada.
Na esteira desta proibição em Porto Alegre, a Anatel finalmente resolveu defender o interesse dos consumidores e parar de fazer “olho branco” para a incompetência das operadoras.
O motivo alegado por aqui é de que nossa legislação é muito restritiva no que tange a permitir mais estações rádio base.
Se for isso, qual o motivo que leva a Anatel a fazer o mesmo em todo o Brasil, suspendendo as vendas da operadora com pior atendimento em cada estado?
A resposta é simples. Ninguém quer o osso, todos querem o filé e os usuários que se danem. As operadoras querem é faturar!
Já há algum tempo tenho dificuldade de fazer ligações (e receber também) em diversos locais do estado, e não só em Porto Alegre.
Já o 3G é uma piada de mau gosto. Devagar quase parando (quando funciona), este serviço é ruim (para ficar só por aí) em todas as operadoras e em qualquer lugar.
O 3G vai de regular a péssimo, sendo raro o bom e quase impossível o ótimo.
Na hora de vender, as operadoras prometem “mundos e fundos”. Já na prestação de serviços, fogem de seus clientes como o diabo da cruz, utilizando todo tipo de artimanha... digite um, dois, três..... e tenha paciência, muita paciência.
Alegar que a culpa é de que nossa legislação em Porto Alegre é restritiva é ser superficial demais.
A verdade é que faltam investimentos não só em mais rádio bases, mas em tecnologia, aumentando a capacidade de usuários simultâneos em cada célula.
E vou além.
Existem zonas, que não ficam onde o “diabo perdeu as botas”, em que o sinal é fraquíssimo ou inexistente.
Os exemplos são muitos, mas vejamos só alguns: Zona sul de Porto Alegre, partes da Freeway, praias do litoral norte e seus acessos, e por aí vai.
Repito: Sinal fraco ou inexistente e o 3G que deveria funcionar no litoral não funciona a contento ou simplesmente inexiste.
Pagamos um dos preços mais caros de telefonia no mundo (e energia elétrica também), se não é o maior, e o serviço é de terceiro-mundo.
Enfim alguém começa a pressionar no ponto fraco das operadoras, o faturamento, o bolso.
Elas devem melhorar o serviço e baixar os preços para números civilizados.
Ou será que continuaremos a tratar este assunto como fazemos com os bancos e cartões de crédito com suas taxas de juros?